Na primeira semana de fevereiro, um amigo meu, o
Bolão, chegou de São Paulo para passar o período pré-carnavalesco aqui em Salvador e apresentar seu show
Drummachine em algumas casas noturnas da cidade. O show do cara é massa! A mistura de percussão e DJ dá um molho especial na batida da música eletrônica, mas isso é outra história...
Logo que chegou, ele foi convidado para se apresentar na Maddre, onde dividiu o palco com o DJ
Rodrigo Rodriguez, residente da boate carioca
Nuth, e a banda
Negra Cor. A festa, denominada Warm Up Camarote Skol, foi uma prévia do que vai rolar no
Camarote Skol durante o carnaval 2009.
Uma boa parte da nata do
show business baiano se fez presente. De camarote, esses “VIPs” se amontoavam no mezanino, sobre o palco, para aproveitarem ao máximo o show de Adelmo Casé e sua banda.

Eram mais ou menos 11 músicos se ajeitando no palco. Os efeitos de iluminação, como as irritantes Strobo e máquina de fumaça, davam pinta que, enfim, o show ia começar. E começou. Daí ao seu fim, o show contou com um repertório bem eclético, até demais para o meu gosto. Adelmo relembrou antigas canções da extinta Funk Machine, como
Vem Me Buscar e
Negra Cor, passando por músicas internacionais, as baladas românticas dos sertanejos
Victor e Leo até chegar nos hits da axé music.
Aí você me pergunta:
- Bruno, o que é que tem demais nisso?! E eu respondo:
- Nada!A questão é que, ao assistir ao show da Negra Cor e ver esse mesmo Adelmo Casé, que no início dos anos 2000, junto aos amigos Sidinho, Paulo Braga, Vanderson Carvalho e Alexandre Costa, formavam a Funk Machine, bateu saudade.

Nessa época, apenas esses cinco músicos no palco, interpretavam canções próprias, como
Black Power e
Apareceu Você, além das citadas anteriormente, e lotavam as principais casas de eventos da cidade. Traziam um repertório recheado do melhor da black music brasileira.
É triste ver tanto talento ser desperdiçando em troca de FAMA, pois foi isso que Adelmo Casé ganhou ao ser vice-campeão da primeira edição do programa homônimo, da
Rede Globo. Acredito que nos dias atuais ele seja mais conhecido e até tenha mais grana do que na época que cantava na Funk Mchine.
Na minha humilde opinião, do SUCESSO, ele abriu mão quando deixou suas raízes e referências musicais para cair no badalado mundo da axé music, pois sua verdadeira “negra cor” era a Funk Machine.
Quando o modismo musical da Negra Cor acabar, na moral Adelmo, apague a luz aê...